Dia dos Povos Indígenas celebra a resistência de quem nasceu em casa

Neste 19 de Abril, Coren-MT destaca o protagonismo indígena e a presença da Enfermagem em comunidades que mantêm viva a história e a ancestralidade

19.04.2025

Neste 19 de abril, o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) celebra a resistência, os saberes e a contribuição dos povos indígenas, que seguem cuidando da terra, da memória e de suas comunidades. Mato Grosso reúne a maior proporção de indígenas vivendo em territórios tradicionais do país: dos 58.961 indígenas registrados no estado, mais de 45 mil residem em áreas reconhecidas, distribuídas por 131 municípios.

A data teve origem em 1940, após representantes indígenas boicotaram os primeiros dias do Congresso Indigenista Interamericano, realizado entre 14 e 24 de abril. O evento, inicialmente conduzido por não indígenas, passou a contar com a participação dos indígenas a partir de 19 de abril, quando começaram a integrar as mesas de discussões. Três anos após esse episódio, a data foi oficialmente reconhecida como o Dia do Índio.

Em 2023, a denominação foi alterada para Dia dos Povos Indígenas ou Originários, derivada do termo grego “originários”, que significa “nascidos na terra”.

Povos como Parabubure, Xavante, Nambiquara, Bororo e Paresí mantêm vínculos históricos com a região e seguem preservando línguas, modos de vida e sistemas próprios de organização, mesmo diante de transformações sociais e ambientais.

A educação tem sido um dos caminhos para a preservação e fortalecimento dessas identidades, como demonstra o primeiro curso de Enfermagem Indígena da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Barra do Bugres. Reconhecido por sua abordagem diferenciada, o curso reúne 49 estudantes de 43 etnias.

O Coren-MT acompanha de perto as condições de trabalho da categoria que atua em contextos indígenas. Visitas técnicas e escuta qualificada com profissionais revelam desafios estruturais que vão desde alojamentos inadequados até a falta de equipamentos e insumos.

Para enfrentar essas fragilidades, o Coren-MT tem articulado ações com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e com instâncias do Ministério da Saúde, contribuindo para a construção de diretrizes que assegurem condições adequadas de trabalho e valorizem o cuidado prestado em territórios indígenas, incluindo a proposta de criação de uma carreira específica para esses profissionais e medidas de apoio aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam em áreas remotas.

Em um país marcado pela diversidade cultural e territorial, fortalecer a Enfermagem Indígena é mais do que uma estratégia de saúde: é um compromisso com a nossa ancestralidade, com o reconhecimento dos saberes tradicionais e com a justiça social como parte indissociável do cuidado.

Fonte: Ascom/Coren-MT

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