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Um memorial para médicos e enfermeiros que morreram em combate contra a Covid

Muitas vezes dá vontade de aplaudir a equipe de enfermagem

12.08.2020

Arelação entre médico e paciente nunca foi fácil. Arrisco dizer que muita gente toma ódio de certos “doutores”. Alguns não parecem levar jeito para a coisa. Com a enfermagem também ocorrem atritos. Rusgas em meio a uma situação delicada. De um lado o paciente, a espera da cura. De outro o profissional da saúde, às vezes trabalhando sem estrutura ou cansado ou também enfastiado: esse não nasceu para o verdadeiro cuidar.

Tanto é assim que as duas profissões refletem muito sobre essa questão, esse relacionamento de amor e ódio.

“São heróis de verdade, com suas falhas humanas e sua enorme capacidade de não fugir à luta. Escolheram ficar e honrar o juramento que fizeram na formatura”
Poderia ter começado esse artigo, dizendo que há médicos extraordinários, que não somente compreendem cientificamente o que fazem, como também têm coração, amorosidade, educação e sensibilidade para entender que o paciente não vai a um consultório a passeio, não interna por diversão, não busca tratamento por que quer. Tão bom quando a gente, na doença, encontra um super médico, que atende com competência e afeto!

Quem já ficou internado também sabe. Muitas vezes dá vontade de aplaudir a equipe de enfermagem, aquela que realmente tem contato com o paciente, que dá o medicamento, troca o soro, traz o alimento, mede febre, pressão, pergunta se está tudo bem.

Quando ganhei minha primeira filha, ela nasceu prematura e ficamos 26 dias no hospital. Na hora da alta, deixei um bilhete. Fiz questão de constar nele o nome de todas as enfermeiras com quem convivi nesse período, inclusive algumas delas secaram minha lágrimas, já que eu estava emotiva, preocupada se minha bebê resistiria.

Pois bem que veio essa pandemia, arrastando nossos pés do chão e só mesmo os tontos ficaram à deriva mesmo desse caos, os que negam potencial ofensivo do coronavírus, que estupidez!

Eu, como jornalista, estou assustada, sempre estive, desde o primeiro momento de alerta, e ainda estou. Na cobertura dos óbitos, já notificamos mais de 2 mil mortes em Mato Grosso e algumas biografias foram ressaltadas. Falei com filhos, filhas, tias, primos, outros parentes, amigos de quem morreu, sentindo, a cada palava, a luz da vida se apagando por uma doença maldita.

“Meus pêsames aos familiares, seus pais e aos seus filhos: não foi em vão”
Entre os mortos, muitos e muitos médicos e enfermeiros que lutaram no front nessa guerra insana contra o invisível. Esses foram os mais expostos ao risco de óbito, cuidando de doentes e salvando a imensa maioria deles. Não são bons, não são ruins, são heróis de verdade, com suas falhas humanas e sua enorme capacidade de não fugir à luta. Escolheram ficar e honrar o juramento que fizeram na formatura. Alguns dos que caíram dedicaram a vida ao SUS. Outros acabaram de ser formar. Muitos deixaram mulher, marido, filhos…É triste.

O governo deveria começar a pensar em construir um memorial em gratidão a todos da área de saúde que sucumbiram. Esse luto coletivo não pode cair no esquecimento. Gostaria de ver o nome de cada médico, cada um da enfermagem, em um museu de grandes vultos. Queria muito agradecê-los, enviar meus pêsames aos familiares, principalmente seus pais e aos seus filhos: não foi em vão. Estamos aprendendo muito com tudo isso.

 

Keka Werneck – do Site RDNews

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