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Hanseníase: 80% do atendimento é feito pela enfermagem

Coren-MT esteve em Unidade de Saúde da Família do bairro Pedregal

27.01.2019

Mais de 80% do atendimento prestado aos pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas de hanseníase, ou mesmo dos assintomáticos, é feito pela equipe de enfermagem.

Em referência à campanha “Janeiro Roxo”, realizada em todo o país pelas equipes de saúde do Estado e pelo Ministério da Saúde, o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) quer destacar a importância da atuação deste profissional para a detecção e o tratamento da doença.

O enfermeiro Cícero Fraga, durante exame

Na última semana, o Coren-MT, representado pela conselheira Lígia Arfeli, esteve em visita à Unidade de Saúde da Família do bairro Pedregal, em Cuiabá, uma das que está realizando atendimento específico deste tipo de paciente durante todo o mês.

O Estado de Mato Grosso é o primeiro do país em diagnósticos de hanseníase, com 4.420 casos da doença registrados.
Segundo o coordenador técnico do Programa de Controle da Hanseníase no Estado, oenfermeiro Cícero Fraga, o grande causador desta alta incidência é a falta de conhecimento da população sobre a doença. Ele afirma que se a população soubesse identificar sinais e sintomas, haveria o dobro do número de casos registrados.

A situação se complica porque nem sempre a doença apresentam manchas e a falta de informação acaba levando a diagnósticos incorretos. ” A hanseníase não tem nenhum exame padrão ouro para o diagnóstico da doença, vale o exame clínico. Nas unidades de saúde, quem acaba realmente fazendo este trabalho de prevenção de incapacidade é o enfermeiro. Daí a importância do trabalho do profissional de enfermagem, sua contribuição essencial para controlar a doença no Estado”, explicou ele, afirmando que cerca de 80% do atendimento, neste caso, é prestado pelo profissional de enfermagem.

A conselheira Lígia Arfeli e o enfermeiro Cícero

Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, câimbras e manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque são alguns dos sintomas da doença.

Durante este mês, unidades de saúde da família da capital estiveram realizando exames e palestras sobre o tema. Na consulta, além do exame dermatológico, há também o apalpamento de alguns nervos e uma série de perguntas sobre os hábitos e sintomas do paciente.

“Para mim, o exame foi muito importante, tem que se cuidar mesmo. Minha cunhada teve essa doença, se tratou e ficou livre”, comentou o vendedor Antônio Benedito Cardoso, 64 anos, paciente da unidade e morador do bairro Pedregal.

Participação política

A pesquisadora Silvana Benevides, do Programa de Pós-graduação do Ambiente e Saúde (Universidade de Cuiabá) e da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso pesquisa sobre hanseníase em Mato Grosso desde o final da última década. Para ela, o estado está muito aquém de chegar à erradicação da doença.

A unidade de saúde do Pedregal, enfeitada para a data

O motivo é a falta de políticas de combate de longo prazo mais severa, ou seja, ausência de vontade política por parte dos administradores públicos.A professora frisa que as crianças e adolescentes são tidos como fatores de transmissão da moléstia e que, enquanto a situação for esta, o combate será ineficaz.

Ela enfatizou a importância do profissional da enfermagem no cuidado à população, mas também apontou a necessidade de organização política da categoria. “A enfermagem sempre esteve à frente das estratégias de cuidado das doenças endêmicas em Mato Grosso. Somos pioneiros, precisamos assumir uma posição política, interferir nas políticas públicas”, comentou a professora.

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