“Fevereiro Laranja” alerta sobre importância da doação de medula óssea; saiba como se tornar doador

No estado apenas o MT Hemocentro realiza o processo de cadastramento de possíveis doadores.

28.02.2022

Fachada do MT-Hemocentro | Foto: Reprodução

O mês de fevereiro ganha tons de laranja com o objetivo de conscientizar a população sobre a Leucemia e a importância do cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Por ser uma doença causada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, em alguns casos é necessário o transplante de células saudáveis. Em Mato Grosso o cadastro de doador é realizado exclusivamente pelo MT Hemocentro, o único banco de doação no estado credenciado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

De acordo com Fernanda Bello, nutricionista da Equipe do Redome-MT, a doação de medula óssea é importante por ser considerada como último recurso para um paciente com alguma doença no sangue. “Quando os pacientes com alguns tipos de leucemias, aplasias, linfoma, alguns tipos de câncer, de anemias chegam ao ponto de precisar do transplante é porque todos os recursos disponíveis da medicina foram usados e não deram certo”, disse.

Apesar de ser um dos caminhos possíveis para o tratamento, a doação de medula esbarra em um obstáculo: a compatibilidade entre paciente e doador. “A chance de o paciente encontrar alguém no meio familiar que seja compatível é de até 25%, que é uma porcentagem muito pequena”, afirmou Fernanda.

Quando não são encontrados doadores no meio famílias, os dados genéticos do paciente seguem para o Registro de Receptores de Medula Óssea (REREME). O registro possui um banco nacional de doadores, mas ainda sim são pequenas as chances de encontrar um doador compatível. “A chance do paciente encontrar alguém no banco brasileiro é de 1 em 100 mil. Se ainda não tiver encontrado um doador, é feita então a busca internacional, onde a chance é de 1 em 1 milhão”, disse a nutricionista.

Dessa forma, quanto mais doadores cadastrados no Redome, maiores são as chances dos brasileiros que precisam do transplante. Ainda segundo Fernanda, em Mato Grosso houve uma diminuição na quantidade de cadastros por conta da atualização da portaria nº 685, feita em junho de 2021. A mudança estabelece que apenas pessoas entre 18 a 35 anos podem se cadastrar no banco de doadores.

“É importante reforçar que por conta dessa alteração na portaria do Redome a nossa procura caiu muito. Hoje, fazemos em média um ou dois cadastros por dia, por causa da idade”, revelou.

A diminuição na quantidade de cadastros é apenas um dos problemas enfrentados pelo Registro Nacional. Outros obstáculos também são encontrados no processo de doação, como a desatualização dos dados dos doadores já cadastrados e as desistências que ocorrem antes da coleta da medula.

Para Bello é fundamental que as pessoas entendam a importância da doação e da decisão que estão tomando quando se tornam doadoras. “Outro problema são doadores que no ato do cadastro receberam as orientações, concordaram em fazer parte, assinaram o termo de consentimento, mas quando realmente aparece um paciente, eles recuam e desistem”, disse.

Em Mato Grosso, apenas em julho de 2020, foram notificadas três desistências de doadores que eram compatíveis com pacientes de outros países. “Precisamos conscientizar as pessoas para que elas realmente tenham certeza no ato de fazer o cadastro, para evitar esse problema. Isso tira a chance de alguém fazer um transplante”, finalizou.

Como fazer o cadastro

Para se tornar doador é necessário ir até a sede do MT Hemocentro, em Cuiabá, e apresentar os seguintes documentos: RG e endereço residencial completo. A pessoa ainda deve preencher uma ficha de Inscrição e o Termo de Consentimento (autorizando a realização do exame de HLA – estudo do teste de compatibilidade da medula óssea). O termo de consentimento também autoriza o posterior encaminhamento do nome do provável Doador ao Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

“O Redome tem conexão com o banco internacional, então todos os doadores cadastrados no banco nacional podem ajudar pacientes de outros lugares do mundo. Ao fazer o cadastro, o doador é chamado quando aparecer alguém compatível. A compatibilidade é genética tem que ser de 100%”, afirmou Fernanda Bello.

A nutricionista também alerta sobre como funciona a doação no estado. “Em Mato Grosso não há um hospital de referência para fazer a doação de medula óssea. Por isso, o doador mato-grossense precisa sair do estado para fazer a doação. Ele tem direito a levar um acompanhante e as despesas do doador são custeadas pelo Ministério da Saúde”.

Para mais informações, o MT Hemocentro está disponível para atendimento pelo telefone (65) 3623-0044 e presencialmente no endereço: Rua 13 de Junho, 1055 – Centro Sul, Cuiabá – MT, 78005-100.

Fonte: Ascom / Coren-MT

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