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Sobre o suicídio: Conselho defende discussão ampla a respeito da saúde mental

Presidente lembrou da atuação dos conselhos regionais e do Cofen

25.03.2019

Diante das discussões em torno da saúde mental dos profissionais de enfermagem, que se fortaleceram depois da notícia sobre a morte da enfermeira Anna Angélica Dorileo, funcionária do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, no último sábado (23), o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), Antônio César Ribeiro, argumentou que o suicídio precisa ser visto de maneira mais ampla, como um problema social. Também foi registrado o suicídio de uma ex-técnica e enfermagem e estudante, Carol Quintero, ocorrido na manhã do mesmo dia.

Ele cobrou aprofundamento no debate sobre saúde mental e trabalho, argumentando que o adoecimento emocional se relacionada a múltiplas causas. “Essa situação é lamentável e nos solidarizamos com a família e a categoria, quem morreu foi uma colega minha”, disse. “Precisamos entender o suicídio como uma doença social. Não há somente um fator associado ele, via de regra, está ligado a um processo de depressão e o ambiente pode melhorar ou piorar o quadro”.

Ribeiro apontou o esgotamento emocional e físico provocado pela atividade da enfermagem, piora diante das más condições de trabalho, da baixa remuneração e da sobrecarga.

Ele reconheceu as más condições de trabalho e salientou a pressão física e emocional sofrida pela categoria, citando como exemplo a ausência de locais adequados para descanso em muitas unidades fiscalizadas pelo conselho. “Você não tem medicamento, você não tem estrutura, material, condições de repouso intrajornada, que é um direito do trabalhador. Se você olhar as condições de repousos nos hospitais para aqueles trabalhadores que estão no plantão de 12 horas, são sub-humanas”, afirma. “A gente sabe o desgaste e temos investido nessa pesquisa, é uma forma do Conselho melhorar a sua atuação politica”.

Mas considerou superficial associar o adoecimento apenas à profissão. “Ela tinha um problema que era dela, pessoal e o contexto em que atuava favoreceu a piora”.

O presidente lembrou da atuação dos conselhos regionais e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) junto aos parlamentares em defesa dos projetos de lei de interesse da categoria que tramitam no Congresso Nacional.

Entre eles, estão o PL nº 2295/2000, que regula a jornada de 30 horas semanais; o PL nº 459/2015, sobre o Piso Salarial Nacional; a Lei do Descanso Digno para a Enfermagem (PLS 597/2015) e o projeto que prevê aposentadoria especial para a categoria (PLS 349/2016).

E lembrou que o Coren-MT também apoia a pesquisa “Perfil de saúde e qualidade de vida dos profissionais da enfermagem a partir dos 60 anos”, coordenada por Ribeiro junto à Faculdade de Enfermagem da UFMT, cujos dados vão contribuir para a discussão em torno das condições de trabalho da categoria, que tem entre suas temáticas a questão da saúde mental.

Competências

O presidente do Coren-MT também diferenciou a competência legal dos conselhos e dos sindicatos, cobrando a responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores da Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT), a quem cabe discutir questões trabalhistas junto aos empregadores, cobrando melhores condições contra o adoecimento dos profissionais.

Ele afirmou que há mais de um ano o conselho tenta sem sucesso articular com o Sinpen-MT a reativação do Fórum das Entidades de Enfermagem, que reunirá as duas entidades e a Associação Brasileira de Enfermagem.

E lembrou que as condições de trabalho da categoria têm sido apontadas nas fiscalizações realizadas periodicamente em todo o Estado, pelo Coren-MT, cuja função legal é regulamentar e fiscalizar a prática profissional.

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