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Revista Radis debate trânsito como questão de saúde pública


12.02.2019

A cada ano, em todo o Brasil, o trânsito mata cerca de 40 mil pessoas. Estima-se que, para cada morte relacionada ao tráfego, sete vítimas permanecem em UTI. “O custo é imenso tanto pelas vidas perdidas quanto pelo impacto no sistema de saúde”, disse Ednilsa Ramos, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), à matéria de capa da revista Radis de fevereiro. Ednilsa, em entrevista à repórter Ana Cláudia Peres, informou também que “o trânsito não apenas mata, ele altera vidas, deixa pessoas doentes, com incapacidades temporárias ou permanentes que precisam de ajuda e tratamento”.

“O trânsito é uma grave questão de saúde pública que deve ser olhada também pela elevada carga de violência que carrega”, resume a pesquisadora da Fiocruz que há décadas estuda a tragédia urbana representada pela violência no trânsito brasileiro. Para Ednilsa, o fenômeno é de uma crueldade ímpar porque revela, antes de tudo, uma relação desigual e brutal entre pessoas motorizadas de diferentes veículos e pedestres. “O que acontece no trânsito é um relacionamento social onde alguns têm o poder e os outros não”, analisa. “Quem está no carro atropela o pedestre, atropela o ciclista. Quem tem o veículo mais potente subjuga o outro de menor porte. É preciso olhar para esses eventos como violentos para tentar entender a complexidade dos fatores envolvidos nos casos de lesões e mortes no trânsito”.

Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela após sofrer um acidente e cerca de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são preenchidos por acidentados. Ainda segundo o Observatório, os acidentes no trânsito resultam em custos anuais de R$ 52 bilhões.

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sinaliza que o trânsito ocupa a posição nada honrosa de primeiro lugar entre as causas de morte em jovens brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos – é também a nona causa de morte no mundo, superando o número de suicídios ou assassinatos por arma de fogo. Em 2018, foram 1,35 milhão de falecimentos. Mata mais do que as doenças cardíacas, o câncer de pulmão, o HIV, a diabetes mellitus.

Já o último Relatório da Situação Global da OMS sobre Segurança no Trânsito, divulgado em dezembro de 2018, parece confirmar o alerta da pesquisadora ao apontar quem são aqueles mais suscetíveis no trânsito: metade das mortes de todo o mundo ocorre entre motociclistas (23%), pedestres (22%) e ciclistas (4%).

Especialista em educação para o trânsito, o sociólogo Eduardo Biavati concorda que as relações no trânsito não são democráticas. “A ideia de que a violência no trânsito costuma atingir a todos de forma igual é uma grande balela”, sustenta. “A verdade é que quem está num Land Rover com seis airbags é capaz de sair de um acidente menos machucado do que o pedestre”. Para ele, o trânsito acaba se tornando mais um reflexo das desigualdades que assolam o mundo. “A maior crueldade é perceber que essa violência atinge os mais vulneráveis. Aqueles que menos têm recursos para lidar com a morte e as incapacitações físicas decorrentes dos acidentes acabam pagando o preço mais alto”.

Saiba mais aqui: https://radis.ensp.fiocruz.br/

Fonte: Fiocruz

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