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Vacinas contra a Covid: tire dúvidas sobre os avanços nos testes iniciais de Oxford e da chinesa CanSino


20.07.2020

O mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 163 vacinas estão em desenvolvimento contra a Covid-19 – destas, 23 estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Nesta segunda-feira (20), cientistas divulgaram dados preliminares de duas vacinas, uma britânica e uma chinesa, garantindo que são seguras e induzem a resposta imune contra o coronavírus.

Os resultados apresentados na segunda são dos ensaios clínicos ainda em fase preliminar (fase 1 e fase 2). É no ensaio de fase 3, com um número maior de participantes, que a eficácia da vacina é comprovada em uma população maior, antes de considerar sua comercialização em larga escala.

A vacina de Oxford já está na sua terceira e final fase de testes em humanos, além dessa, apenas outra concorrente chinesa já chegou tão longe nas pesquisas – ambas são testadas no Brasil. A vacina da CanSino, anunciada nesta segunda, é uma das oito vacinas em desenvolvimento na China, mas não é a testada no Brasil pelo Instituto Butantan (leia mais no final da reportagem).

Os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disseram que a vacina, desenvolvida em parceria com o laboratório AstraZeneca, foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T (células do sistema imune capazes de identificar e destruir outras células infectadas) até 56 dias depois da administração da dose.

A resposta imune foi medida em laboratório durante as duas primeiras fases de teste. A fase 3 do estudo, que já está em andamento, prevê que ela seja aplicada em milhares de pessoas e, só então, ficará claro se, efetivamente, protege a população.

A vacina que é considerada a mais avançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) está sendo testada em 50 mil pessoas em todo mundo, inclusive no Brasil.

– Como ela funciona?

A vacina utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus (que causa resfriado em chimpanzés) — e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína “spike” do Sars-Cov-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos.

“Isso faz com que as células dessas pessoas [vacinadas] produzam a proteína S, e ajuda a ensinar o sistema imunológico a reconhecer o vírus Sars-Cov-2″, explicou Andrew Pollard professor de pediatria na Universidade de Oxford.

– Ela é segura? Quais foram as reações adversas ?

A vacina foi considerada segura. As principais reações são algum inchaço ao redor da injeção, febre, dores musculares, que são esperadas para vacinas virais. Nos testes preliminares, não houve efeito adverso sério.

De acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), se tudo der certo, a vacina de Oxford poderá ter o registro liberado em junho de 2021.

2. CanSino Biologics (China)

Estudos preliminares divulgados nesta segunda mostram que a vacina chinesa da empresa chinesa CanSino Biologics é segura e induz resposta imune. Os testes iniciais foram feitos na cidade de Wuhan, na província de Hubei, onde foram registrados os primeiros casos de Covid-19 em dezembro de 2019.

Pesquisadores explicaram que a vacina usou um vírus enfraquecido do resfriado humano (adenovírus). Ele entrou no organismo dos voluntários para entregar o material genético que codifica a proteína do Sars-Cov-2 e, assim, estimular a criação de anticorpos. Esses anticorpos combatem o coronavírus.

Os voluntários que desenvolveram resposta imune ainda não foram expostos ao vírus Sars-Cov-2, o novo coronavírus, para checar se a imunidade.

A vacina da CanSino Biologics, que atua em colaboração com o Instituto de Biotecnologia e a Academia de Ciências Médicas Militares da China, entrou na fase 3, segundo comunicado divulgado nesta segunda.

3. Demais pesquisas e testes no Brasil

Técnica de laboratório exibe uma dose de uma candidata a vacina contra a Covid-19 pronta para ser testada em macacos no Centro Nacional de Pesquisa de Primatas da Tailândia, na Universidade Chulalongkorn — Foto: Mladen Antonov/AFP
Técnica de laboratório exibe uma dose de uma candidata a vacina contra a Covid-19 pronta para ser testada em macacos no Centro Nacional de Pesquisa de Primatas da Tailândia, na Universidade Chulalongkorn — Foto: Mladen Antonov/AFP

– Qual é a vacina chinesa que vai ser testada em São Paulo?

Outra vacina apontada como promissora é a desenvolvida pela Sinovac Biotech, que está na fase 3 de testes. O ensaio, liderado no Brasil pelo Instituto Butantan, começará aplicando doses da PiCoVacc (ou CoronaVac) a partir desta terça-feira (21) em 890 voluntários de São Paulo, no Hospital das Clínicas (HC).

Ela utiliza o vírus Sars-Cov-2 inativado (vírus morto ou por partes dele), que é o o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe). Nesses casos, existe um risco menor, porque o vírus não consegue se duplicar no corpo.

Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.

De acordo com o governador João Doria (PSDB), se os testes foram bem sucedidos, a fabricação da vacina no Brasil começará no início de 2021.

– Quando a vacina contra Covid-19 estará pronta?

Especialistas dizem que as vacinas demoram, em média, dez anos para ficarem disponíveis ao público após o início dos estudos. A mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta. Muitos especialistas acreditam que a vacina contra a Covid-19 não estará disponível em 2020. Embora as pesquisas avancem em todo o mundo, o prazo de 12 a 18 meses para liberação seria considerado um recorde.

– Quais são as etapas para a produção de vacinas?

As etapas de produção de uma vacina envolvem 3 fases:

Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.

Fonte: G1

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