Coren-MT aponta que 87,5% dos profissionais da enfermagem no estado são mulheres

A luta por respeito e melhores condições de trabalho pautam a rotina de muitas profissionais.

08.03.2022

Nesta terça-feira (08) o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) reverencia todas as profissionais da Enfermagem. Marcado pelo Dia Internacional da Mulher, a data reforça a importância de somar com a luta das trabalhadoras que somam aproximadamente 87,5% do total da categoria no estado. Entre casos de assédio e a luta contra a sexualização da profissão, as enfermeiras reivindicam respeito e melhores condições de trabalho.

De acordo com dados levantados pelo Coren-MT, dos 34.188 inscritos, 29.924 são do sexo feminino. O número é próximo do levantado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em relação ao Brasil inteiro, chegando a 84,7% de mulheres na profissão. Diante deste contexto, criam-se caminhos para explicar a maior aproximação feminina a profissão considerada “do cuidado”.

Parte das mais de 29 mil mulheres, a enfermeira Géssyca Moreira Santiago relata que não foi fácil conquistar o respeito e confiança no seu ambiente de trabalho. Para ela um dos seus primeiros desafios foi comandar uma equipe em um ambiente onde predominantemente masculino.

Enfermeira Géssyca Moreira Santiago no posto de trabalho. | Foto: Arquivo Pessoal

Atuando há quatro anos na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, a profissional revela que o choque cultural também acentuou as dificuldades. “Conquistei o respeito deles mostrando o meu trabalho, que eu tenho capacidade e o que ajudou muito foi o tempo. Foi preciso conquistar a confiança deles também, porque aqui [DSEI Xavante] se você não tem a confiança da comunidade, você não consegue trabalhar”, afirmou Géssyca.

Para a enfermeira, as limitações por ser mulher não acontecem apenas no seu atual local de trabalho. Em entrevista Géssyca relatou antes do trabalho no DSEI Xavante, chegou a passar por situações de assédio no ambiente de trabalho, mas que na época preferiu fingir que não aconteceu.

“Já passei por situações constrangedoras, mas por ser muito nova na época, tanto de idade quanto de profissão, preferi fingir que não aconteceu. Hoje não me orgulho disso, depois de anos na enfermagem compreendi que é necessário tomar outra postura”, afirmou a enfermeira.

De acordo com o estudo “Assédio Sexual sofrido por profissionais de enfermagem nas instituições de saúde”, as vítimas mais frequentes de assédio sexual na carreira de enfermagem são mulheres jovens, solteiras e com pouco tempo de atuação. Porém muitas não denunciam por se sentirem envergonhadas e constrangidas, além de também não acreditarem que haverá alguma sanção ao assediador, que em sua grande maioria são homens.

Por fim, Géssyca deixou uma mensagem para todas as enfermeiras do Brasil: “Parabéns para nós, guerreiras da enfermagem no Brasil. Gratidão a todas, porque nós literalmente matamos um leão por dia para conquistar o nosso espaço com respeito e dignidade”, finalizou.

É importante lembrar que há maneiras de se denunciar assédio sexual no trabalho, considerado crime do Brasil, uma delas é o disque 100. O Coren-MT reforça seu compromisso na luta por mais dignidade e respeito para todas as profissionais que fazem da Enfermagem uma das maiores categorias do Brasil.

 

Fonte: Ascom / Coren-MT

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